Endividamento empresarial: consequências e como sair dessa situação

Passar pelo endividamento empresarial é um desafio de alta complexidade, e infelizmente cerca de 200 empresas decretam falência por ano por não conseguirem superá-lo.

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Quando as contas começam a fechar no vermelho e a cada dia se torna mais difícil manter as folhas de pagamento, é comum surgir preocupação excessiva e até mesmo desânimo.

Se você está nessa situação, levante a cabeça, pois no conteúdo de hoje veremos algumas estratégias importantes para superar essa fase difícil. Continue a leitura!

O que é o endividamento empresarial?

Antes de qualquer coisa, é importante entendermos o que é endividamento empresarial, afinal, ter contas em aberto nem sempre é um sinal de alerta.

O endividamento empresarial é um indicador corporativo que demonstra os valores referentes a dívidas em aberto registradas no CNPJ.

Esse indicador permite avaliar se as dívidas trazem risco à sobrevivência do negócio, já que nem sempre ter dívidas é sinônimo de falência. 

Por exemplo, uma empresa que deve R$ 10 milhões e fatura R$ 350 milhões por ano, claramente não enfrenta risco iminente de falência. 

Então, esses dados servem para acompanhar a saúde financeira da empresa, para compreender a probabilidade desta conseguir se manter operante nos próximos meses.

Quando se trata de um negócio, as dívidas podem se tornar verdadeiras bolas de neve, já que afetam a confiabilidade do mercado de crédito, o que prejudica as operações.

E, se uma empresa não possui dinheiro ou crédito para manter as suas atividades, em pouco tempo perde espaço no mercado, e com isso se aproxima da falência.

Por esse motivo, fazer o acompanhamento das dívidas é importante para garantir o controle financeiro e a continuidade do negócio.

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Sinais de endividamento empresarial 

Existem alguns sinais que indicam que a sua empresa está passando pelo processo de endividamento.

Mas, antes de falarmos sobre eles, é importante dizer que existe uma grande diferença entre uma empresa possuir dívidas, e estar em situação de endividamento grave.

Em geral, as dívidas só se tornam um problema quando superam o faturamento do negócio e comprometem a capacidade de conquista de crédito.

Dessa forma, a empresa passa a operar sem qualquer ganho, o que é um risco alto para falência.

Dito isso, veja a seguir sinais de que a sua empresa pode estar entrando em uma situação financeira delicada:

Fechamento sempre no vermelho: o que a empresa fatura não é suficiente para quitar todos os custos de operação, e já não produz lucro a meses.

Perda de controle do número de dívidas existentes: se você já não sabe quantos cartões de crédito está devendo ou quantos empréstimos solicitou, vale ficar atento.

Impacto nas operações: quando o negócio precisa reduzir a qualidade de seus serviços ou desacelerar as operações por receio dos custos, é sinal de que o endividamento está fugindo do controle.

Conforme explicamos anteriormente, o indicador de dívidas serve para controle, afinal, o fato de um negócio ter débitos em aberto não significa que não possa pagar por eles.

O verdadeiro problema acontece quando esses débitos fogem do controle e passam a impactar na sobrevivência da marca.

Leia também: Renegociação de contratos com fornecedores: veja como fazer! – Valor Notícias.

Quais as consequências do endividamento empresarial?

Você deve se lembrar do exemplo que demos acima, da empresa que fatura R$ 350 milhões ao ano e deve R$ 10 milhões.

Conforme vimos, a princípio essa empresa não tem motivos para se preocupar, uma vez que com o faturamento que tem pode pagar a dívida com certa facilidade.

Mas, é importante dizer que essa é uma avaliação rasa, uma vez que tudo depende dos custos e da situação da empresa.

Além disso, devemos lembrar que as dívidas são crescentes, então, quanto mais tempo leva para quitar, mais alto se torna o valor devido.

No caso, isso pode resultar em alguns prejuízos, como:

Perda de crédito no mercado 

Quando o CNPJ tem alguma dívida, isso impacta na avaliação de crédito dos bancos, e torna mais difícil conseguir acordos de empréstimo.

Além disso, se o negócio já possui um débito em aberto com determinado banco, não será possível um novo conseguir acordo com ele até quitá-lo. Com isso, muitos empreendedores pulam de banco em banco para fazer empréstimos, o que restringe cada vez mais as opções.

Então, quanto mais dívidas são feitas no CNPJ, mais difícil se torna conseguir crédito para auxiliar em momentos de necessidade.

Redução de fornecedores e prestadores de serviço

Muitos fornecedores fazem avaliações de perfil antes de realizarem serviços, ou restringem as condições de pagamento para evitar calotes.

Então, quando uma empresa está inadimplente, suas opções de fornecedores se tornam limitadas, o que pode afetar as operações do negócio.

E, assim como acontece com os bancos, muitos empreendedores trocam constantemente o fornecedor, já que ficam devendo o anterior, e precisam buscar um novo.

Mas, essa estratégia tem prazo de validade, já que com o tempo não restarão opções, e a operação será comprometida com a ausência de insumos e serviços.

Falência 

O prejuízo mais grave para casos de endividamento empresarial certamente é o risco de falência, causado por impactos nas operações.

Em muitos casos de empresas endividadas os clientes notam que a qualidade dos serviços e produtos decai ao longo do tempo.

E isso é reflexo das estratégias de economia para tentar recuperar as finanças, e por consequência salvar a empresa.

Mas, na maioria dos casos, isso funciona como uma pá de cal, já que afasta os clientes e reduz ainda mais o faturamento.

Por isso, acompanhar as finanças do negócio é fundamental para evitar que as dívidas se tornem bolas de neve, e tudo isso termine em falência.

Como sair dessa situação? Conheça 4 passos essenciais

Embora muitos especialistas defendam que nem sempre o endividamento empresarial é preocupante, vimos anteriormente que jamais é indicado se tranquilizar com as dívidas.

Isso porque, os juros e até mesmo o impacto da imagem da marca no mercado podem interferir na capacidade de sobrevivência do negócio.

Pensando nisso, separamos 4 dicas fundamentais para sair dessa situação e conseguir colocar todas as contas no azul de novo. Confira abaixo.

1. Encare a realidade 

Antes de qualquer coisa é importante que você encare essa situação do endividamento empresarial de frente.

Isso porque, muitos empreendedores levam esse assunto de forma despreocupada no começo, e até o ignoram. Com isso, as dívidas crescem mais a cada dia.

Por isso, logo nos primeiros meses que o faturamento começar a cair e as primeiras dívidas aparecerem, preste atenção ao problema e estabeleça estratégias para reduzir os impactos e recuperar a situação.

Isso te ajudará a lidar com um problema muito menor do que seria se você o deixasse descuidado por meses.

2. Busque formas de renegociar contratos 

A renegociação é sempre a melhor saída para evitar que problemas financeiros evoluam.

Por isso, ao perceber que as contas não estão fechando, entre em contato com fornecedores e credores para avaliar propostas de quitação dos acordos com condições melhores.

Além de evitar prejuízos financeiros, isso te ajudará a manter as portas abertas, já que você transforma uma dívida em negociação, o que não mancha a marca no mercado de crédito.

3. Estabeleça planos de corte de gastos 

O corte de gastos é uma boa estratégia para lidar com o endividamento empresarial, mas deve ser feito com inteligência.

Isso porque, cortar investimento dos seus produtos só servirá para deixar seus clientes insatisfeitos e abrir as portas para que eles procurem opções melhores na concorrência.

Por isso, estabeleça um plano de ação, cortando gastos supérfluos que podem ser reduzidos no momento de crise.

Dessa forma, o negócio contará com uma grana extra para facilitar a quitação das dívidas, sem prejudicar as operações.

4. Invista em estratégias para atrair negócios

Uma das melhores formas de vencer períodos de baixa financeira é por meio de faturamento, e para isso é preciso ter clientes e muitas vendas.

Por isso, em vez de sabotar sua empresa reduzindo a qualidade, busque estabelecer estratégias para favorecer a entrada de dinheiro.

Procure por novos clientes e explore mercados, pois assim será mais fácil conseguir dinheiro sem afetar o posicionamento da marca no mercado.

Dessa forma, quando a crise passar, você sairá dela sem qualquer mancha à sua reputação, e ainda contará com mais clientes.

Por fim, agora que você já sabe o que é o endividamento empresarial e como acompanhar esse indicador, lembre-se de erguer sua empresa sem prejudicá-la com reduções de custos impensadas.

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