Obsolescência programada: o que não te contam

A obsolescência programada é um fenômeno que vem se tornando cada vez mais comum no mercado brasileiro.

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E, chamar de “fenômeno” pode ser um pouco inadequado, já que na verdade está mais para uma prática.

Mas, afinal de contas, o que é obsolescência? O que isso tem a ver com os hábitos de consumo? 

No material de hoje te explicaremos em detalhes o que é isso, mostrando como e porque ocorre.

Então, para saber mais sobre o assunto, continue sua leitura! 

obsolescência programada

O que é obsolescência programada?

Você certamente já ouviu alguém dizer que os produtos de hoje em dia não duram como os do passado.

Ou, até mesmo você já conseguiu ver com os seus próprios olhos isso acontecer.

Se você pegar um liquidificador de 1950, talvez ele ainda funcione. 

Mas, um produto atual não tem a mesma durabilidade, de modo que em pouco tempo deixará de funcionar.

Há quem pense que isso ocorre porque a indústria tem usado materiais de qualidade inferior, a fim de reduzir custos.

E, em alguns casos isso até pode ser verdade, mas, devemos lembrar que até mesmo produtos de empresas renomadas apresentam a mesma realidade.

Então, dizer que o problema está apenas em matéria-prima ruim pode não ser verdade, já que até produtos com bom material duram menos.

A verdadeira explicação para este fenômeno está no conceito de obsolescência programada.

Obsolescência programada é uma prática que vem sendo usada pela indústria há algumas décadas.

Basicamente se produz algo com determinado prazo de vida útil, a fim de que o consumidor precise comprá-lo novamente em um curto prazo.

O motivo da origem dessa prática foi justamente o fato dos produtos de antigamente durarem muito tempo.

Alguns desses produtos duravam a vida toda, de modo que uma pessoa passava toda a sua vida com apenas uma máquina de lavar roupas.

Isso acabou gerando um certo prejuízo para as empresas, que passaram a vender menos.

Então, a obsolescência programada foi criada para tornar necessário que o consumidor volte a comprar em pouco tempo.

A obsolescência do produto pode ser tanto por meio da falta de funcionamento, quanto no uso de tecnologias que rapidamente ficam ultrapassadas.

De todo modo, o consumidor é incentivado ou até mesmo obrigado a adquirir um novo produto. 

Em quais produtos se observa essa prática 

Como vimos, a obsolescência programada visa tornar o uso do produto inviável, seja porque não funciona mais, ou porque sua tecnologia ficou ultrapassada.

O setor em que mais vemos essa prática ocorrer e de maneira mais escancarada é o dos eletrodomésticos.

Como já dissemos, um liquidificador fabricado atualmente não tem um prazo de vida útil tão grande.

A média de duração para esse tipo de produto fica em torno de 3 a 5 anos, sendo que o prazo maior dificilmente é atingido.

Quando está chegando em 3 anos de uso, o produto começa a apresentar defeitos de funcionamento, ou perde eficiência.

Desse modo, o consumidor precisa comprar um novo, a fim de obter o funcionamento perfeito do produto.

O mesmo vale para máquinas de lavar, geladeiras, cafeteiras e tantos outros produtos.

No entanto, não é só o setor de eletrodomésticos que sofre com isso.

Móveis com matéria-prima cada vez mais fraca, brinquedos com peças frágeis e roupas com tecidos fracos também são alvos dessa prática.

E, por fim, não poderíamos deixar de citar o setor de eletrônicos.

No caso dos eletrônicos a obsolescência não está necessariamente nas peças dos aparelhos, e sim na tecnologia.

Já é de conhecimento geral que atualmente os smartphones e computadores possuem prazo de vida útil.

Esse prazo se dá pelo período em que o mesmo recebe atualizações de sistema.

Com o tempo os sistemas deixam de ser atualizados, e por consequência os aplicativos deixam de funcionar, tornando o aparelho obsoleto.

Como em todos os casos, a ideia é que o consumidor troque seu aparelho por um modelo mais novo.

Obsolescência programada é ilegal?

Ao ouvir falar de obsolescência programada, muitas pessoas se incomodam.

Afinal de contas, ninguém gosta de saber que o produto que pagou foi praticamente programado a durar pouco.

Com isso, a principal dúvida que surge é se esta é uma prática ilegal.

E, a obsolescência programada não é ilegal, mas, pode ser considerada antiética.

Isso porque, uma boa empresa deve prezar pela satisfação de seu cliente.

E, saber que a empresa age com a intenção de diminuir essa satisfação não é nada animador.

Empresas que praticam obsolescência programada acabam por desvalorizar o poder de compra de seus clientes.

Isso porque, se o produto é feito para não durar e levar o cliente a comprar de novo, o mesmo precisa investir várias vezes na mesma coisa.

Outro ponto importante é que nenhuma empresa declara que faz uso da obsolescência programada.

Sendo assim, fica a critério dos clientes observarem a qualidade dos produtos e a durabilidade.

Vale a pena optar por eletrodomésticos antigos?

Quando falamos em obsolescência programada, depois da revolta, muitas pessoas acabam decidindo pelo uso de equipamentos antigos.

E, se a ideia é evitar produtos que funcionem por pouco tempo, de fato essa medida pode ser eficaz.

Mas, será que realmente compensa optar por eletrodomésticos antigos?

Essa é uma questão muito pessoal, já que cada pessoa tem suas prioridades no que diz respeito ao consumo.

Mas, devemos dizer que por mais que os eletrodomésticos antigos compensem em durabilidade, existem alguns pontos a se observar.

O principal deles é em relação a manutenção, já que pode ser mais difícil encontrar peças e mão de obra para coisas antigas.

Além disso, muitos desses eletrodomésticos não possuem tecnologia para economia de energia.

Desse modo, optar por eles pode não compensar no gasto com energia.

Mas, quando falamos em outras categorias de produtos como móveis, roupas e brinquedos, a conversa já muda.

Móveis, roupas e brinquedos antigos possuem matéria-prima de melhor qualidade.

Desse modo, optar por eles te garantiria produtos melhores.

Mas, vale dizer que o design pode sair prejudicado, pois coisas antigas acabam se diferenciando das modernas.

Nesse caso, vale optar por coisas no estilo clássico, que nunca saem de moda! 

Obsolescência programada x redução de tamanho/peso

E, por fim, não poderíamos falar em obsolescência programada sem citar a famosa redução de tamanho/peso.

Isso porque, por mais que ocorram de maneiras diferentes, ambas as práticas têm o mesmo intuito.

Você certamente já pegou um produto e notou na embalagem algo do tipo “novo peso – redução de 10%” 

Isso ocorre muito com chocolates, iogurtes e até mesmo com produtos de higiene pessoal.

Claramente se observa que uma caixa de hastes flexíveis não dura o mesmo tempo que durava antigamente.

Isso ocorre porque a quantidade presente na embalagem diminuiu, o que reduziu o aproveitamento do produto.

As empresas dizem que a ideia é reduzir o consumo, mas, na prática acaba sendo bem contraditório.

Isso porque, se antes precisava comprar 1 embalagem de chocolate para ter 200 gramas, agora é preciso comprar 2 unidades de 90g e 1 de 20g para ter o mesmo peso.

Então, o custo sai mais alto, assim como o consumo de embalagens.

No final, não existe economia nenhuma, apenas aumenta a lucratividade da empresa.

Então, podemos concluir que a finalidade é a mesma: diminuir o aproveitamento do produto, a fim de levar o cliente a comprar mais. 

Agora que você já sabe o que é obsolescência programada, certamente estará mais preparado para escolher melhor as empresas e produtos que consome.

Então, não deixe de ficar de olho, a fim de valorizar seu poder de compra e melhorar seus hábitos de consumo! 

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