Tesouro Direto: o que é e como investir com segurança

Tesouro Direto é uma das formas mais acessíveis e seguras de começar a investir no Brasil.
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Longe de ser um bicho de sete cabeças, essa modalidade de investimento tem atraído milhões de brasileiros que buscam estabilidade financeira e rendimentos previsíveis.
Portanto, se deseja saber mais sobre esse modelo de investimento, neste artigo, você entenderá como funciona o Tesouro Direto, quais são seus tipos, como investir com segurança, os cuidados essenciais e as perspectivas para 2025.
Um investimento público, acessível e com lastro na economia real
O Tesouro Direto é uma plataforma criada em 2002 pelo Tesouro Nacional em parceria com a B3 (a bolsa de valores brasileira) para permitir que qualquer pessoa possa comprar títulos da dívida pública federal.
Na prática, ao investir nesse produto, você empresta dinheiro ao governo em troca de uma rentabilidade que é acordada na hora da compra.
Uma das grandes vantagens do Tesouro Direto é a acessibilidade. Com pouco mais de R$ 30, é possível iniciar sua carteira, sem a necessidade de intermediários caros ou conhecimento avançado em finanças.
Para quem deseja uma porta de entrada confiável no mundo dos investimentos, ele é uma escolha natural.
Por que o Tesouro Direto é considerado seguro?
Quando falamos em segurança, o Tesouro Direto se destaca por estar atrelado à capacidade do próprio governo de honrar seus compromissos.
Ainda que o Brasil passe por instabilidades econômicas, o risco de calote é considerado extremamente baixo.
Não à toa, é comum que analistas recomendem o Tesouro como primeira opção para investidores iniciantes.
Diferente da poupança, que tem rentabilidade limitada, os títulos do Tesouro têm rendimento previsível e são negociados diretamente em seu CPF.
Tudo é registrado na B3, o que garante segurança, rastreabilidade e proteção legal.
+ Entenda a Taxa Selic e Por Que Ela É Importante Para Seu Bolso
Tipos de títulos: uma escolha para cada objetivo
O Tesouro Direto oferece três tipos principais de títulos: o Tesouro Selic, o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA+. Cada um tem características que se alinham a perfis e objetivos diferentes.
- Tesouro Selic: tem rentabilidade atrelada à taxa básica de juros da economia. Ideal para quem busca liquidez e quer uma reserva de emergência com rentabilidade superior à poupança.
- Tesouro Prefixado: oferece uma taxa de juros definida no momento da aplicação. É indicado para quem acredita que os juros vão cair e deseja garantir uma taxa elevada.
- Tesouro IPCA+: combina uma taxa fixa com a variação da inflação, protegendo o poder de compra ao longo do tempo. Excelente para metas de longo prazo, como aposentadoria ou educação dos filhos.
Veja na tabela abaixo uma comparação simplificada entre os tipos de título:
Tipo de Título | Rentabilidade | Indicado Para | Liquidez |
---|---|---|---|
Tesouro Selic | Selic + % fixa | Curto prazo, emergências | Alta |
Tesouro Prefixado | Taxa fixa definida | Médio prazo, previsibilidade | Média |
Tesouro IPCA+ | Inflação + % fixa | Longo prazo, aposentadoria | Baixa |
Como investir com estratégia e simplicidade
Começar a investir no Tesouro Direto é mais simples do que parece. Primeiro, é preciso ter conta em uma corretora habilitada junto ao programa.
Muitas delas não cobram taxa de corretagem para esse tipo de operação.
Depois, basta realizar um cadastro, transferir os recursos via Pix ou TED, acessar a plataforma do Tesouro ou da corretora e escolher o título desejado.
A recomendação é alinhar a escolha do título com seus objetivos. Se você pensa em usar o dinheiro em dois anos, prefira o Tesouro Selic.
Se está planejando a aposentadoria para 2040, o Tesouro IPCA+ com vencimento nesse ano pode ser mais adequado.
Não tenha pressa. Leia, compare, e faça simulações usando a calculadora do Tesouro Nacional para projetar seus ganhos reais.
Cuidado com os riscos disfarçados
Apesar de seguro, o Tesouro Direto tem alguns pontos de atenção. O mais comum é a chamada marcação a mercado.
Quando você vende um título antes do vencimento, ele pode estar valendo menos do que o valor prometido. Isso não significa prejuízo definitivo, mas exige cautela.
Outro ponto é a taxa de custódia cobrada pela B3: atualmente de 0,2% ao ano para valores acima de R$ 10 mil. Esse custo incide sobre o valor total investido e reduz, ainda que pouco, o rendimento final.
Além disso, também é importante entender o impacto do cenário macroeconômico. Em momentos de alta dos juros ou inflação fora de controle, os títulos podem oscilar.
Então, planejamento e conhecimento ajudam a contornar esses riscos.
+ Dinheiro parado no banco: como fazer ele trabalhar para você
O que dizem os números: dados atualizados para 2025

Segundo o Boletim do Tesouro Nacional de junho de 2025, já são mais de 2,4 milhões de brasileiros com aplicações no Tesouro Direto.
O volume total investido passou de R$ 110 bilhões, um aumento de 12% em relação ao período homólogo.
Desse total, 51% estão aplicados no Tesouro Selic, que ganhou protagonismo com a taxa de juros mantida em patamar elevado (atualmente em 10,25% a.a., segundo o Copom).
Os dados mostram que o brasileiro está mais consciente da importância de investir com segurança e previsibilidade.
Veja também: Como usar o FGTS na compra de imóveis: guia completo e atualizado para 2025
Benefícios que vão além da rentabilidade
Investir no Tesouro Direto não se resume a obter lucros. Ainda, ele representa um passo rumo à educação financeira, autonomia e planejamento.
Ao escolher esse tipo de aplicação, o investidor se afasta de apostas de alto risco e se aproxima de uma jornada sustentável.
Além disso, trata-se de uma forma de contribuir para o financiamento do Estado: o dinheiro captado é utilizado em saúde, educação e infraestrutura. É uma relação ganha-ganha.
O impacto da inflação e dos juros no seu rendimento
Um dos pontos mais relevantes ao investir no Tesouro Direto é entender como a inflação e os juros impactam os rendimentos.
Com a inflação sob controle (IPCA acumulado de 3,7% nos últimos 12 meses), os títulos IPCA+ se tornam extremamente vantajosos, pois garantem ganho real.
No caso dos prefixados, o ideal é comprar quando a expectativa é de queda nos juros, o que aumenta seu valor de mercado.
Em 2025, com previsão de Selic em 9,5% até dezembro (segundo o Relatório Focus), muitos investidores têm aproveitado o momento para garantir taxas elevadas.
Planejar com antecedência faz toda a diferença
Imagine que você decida investir R$ 200 mensais em um Tesouro IPCA+ 2045. Ao final de 20 anos, considerando uma inflação média de 4,5% e juro real de 5,5%, você teria mais de R$ 105 mil acumulados.
Um exemplo claro de como o tempo e a consistência são aliados da rentabilidade.
Essa é a diferença entre guardar dinheiro e investir com intenção. Um planejamento simples, automatizado e baseado em objetivos pode transformar sua relação com o dinheiro.
A quem se destina o Tesouro Direto
Não existe um perfil único. Jovens que desejam construir uma reserva, pais que investem para os filhos, aposentados que querem estabilidade… Todos podem tirar proveito da proposta do Tesouro.
Conforme a Anbima, os investidores em renda fixa cresceram 20% em 2024, com destaque para a faixa etária entre 25 e 40 anos.
Um sinal de que a geração mais conectada está valorizando alternativas mais sustentáveis de investimento.
Conclusão: investir com consciência e visão de futuro
Certamente, mais do que um produto financeiro, o Tesouro Direto é uma ponte entre o presente e o futuro que você deseja construir.
Com informação de qualidade, planejamento e paciência, é possível transformar pequenos aportes em grandes conquistas.
Antes de investir, pergunte-se: “Quais sonhos eu poderia realizar se minha vida financeira estivesse organizada?”. A resposta pode ser o começo de uma nova fase, decerto.
Dúvidas Frequentes
1. O Tesouro Direto é melhor que a poupança?
Sim. Ele oferece rentabilidade maior, previsibilidade e possibilidade de escolha de acordo com seu perfil.
2. Posso vender meus títulos antes do vencimento?
Sim, mas pode haver perdas se o valor de mercado estiver abaixo do contratado. Por isso, planeje com antecedência.
3. Existe risco de calote?
O risco é muito baixo. O governo é considerado o emissor mais seguro da economia.
4. O que é marcação a mercado?
É a atualização diária do preço do título com base nas condições do mercado. Pode afetar seu rendimento em vendas antecipadas.
5. Como acompanho meus investimentos?
Pelo site da corretora ou da B3. Você pode consultar rendimentos, datas de vencimento e valores acumulados.